1
"...a tua ausência é, em cada momento, a tua ausência.
não esqueço que os teus lábios existem longe de mim.
aqui há casas vazias. há cidades desertas. há lugares.
mas eu lembro que o tempo é outra coisa, e tenho
tanta pena de perder um instante dos teus cabelos.
aqui não há palavras. há a tua ausência. há o medo sem os
teus lábios, sem os teus cabelos.
fecho os olhos para te ver
e para não chorar..."
2
o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias, como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo, mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar, que eu amava quando imaginava que amava.
era a tua voz que dizia as palavras da vida.
era o teu rosto.
era a tua pele.
antes de te conhecer, existias nas árvores e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.
José Luís Peixoto
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quinta-feira, 2 de julho de 2009
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4 comentários:
Amo este homem!!!!!!!!!!!
moi aussi!:-))
e são escribências, de escriba que vivencia, escritos de sobrevivência, escrita de vivências
Teo, poça, que até nos comentários és poeta!!
:-)
bjis
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