Tempo de férias

Tempo de férias. Tempo de deixar voar a imaginação e de fazer pequenas tolices.

Como esta de ver estrelas caídas do céu em seixos rolados da praia.

Ou de ver carneirinhos nas nuvens, ou castelos de príncipes na areia, num final sempre feliz (e sem bruxas más).

Quanto mais vezes teremos de desgastar a nossa vida em contra-relógio, atirando tantos dos nossos momentos vivos para um indefinido depois?

E quanto do dito tempo de lazer precisará ainda de ser programado, ao minuto, ao quilómetro,por roteiros, -- total contrasenso , num tempo que deveria ser verdadeiramente nosso?

Mas a estrela olha-nos sorridente, no céu ou na areia, troçando da nossa ligeira angústia, dos nossos devaneios.

O carneirinho da nuvem desfez-se e transformou-se em brancas reticências no céu de um azul generoso.

A pedra, depois de mirada, remirada, escolhida e conquistada, vai connosco para casa, numa tentativa nostálgica de guardarmos toda a praia e todo o Verão connosco.

Esquecida no fundo do saco...

Imagem:(c) Alergia (técnica primitiva: lito-seixografia... sobre toalha de algodão)